Autores:

José Manuel Martinez; Flávia Neves; Joana Sousa; Denise Santiago; Débora Rodrigues; Miguel Mendes; Diana Ramada; Teresa Azevedo   ON 2018, 37; Novembro 2018; On-line publication: Novembro 2018

Resumo: Com o aumento do número, frequência e duração dos tratamentos de quimioterapia, o incremento do uso de cateteres centrais de longa duração permitiu a administração de terapia intravenosa, suporte transfusional e colheita sanguínea de uma forma mais segura e eficaz. Uma das recomendações para manipular o CvC em segurança foi o uso de conetores sem agulha, sendo fundamental o conhecimento das implicações desses dispositivos na prática de enfermagem.

Objetivo: este estudo visa melhorar a prática associada à manipulação do CvC, usando um duplo conector sem agulha, numa população de pessoas com leucemia aguda (lA) submetidos a quimioterapia de altas doses.

Métodos: Foi realizado um estudo comparativo prospetivo unicêntrico, incluindo uma amostra-consecutiva de todas as pessoas diagnosticadas com lA, portadoras de CvC tipo Hickman®, com conector sem agulha simples (SSnC) (grupo 1) ou duplo conector sem agulha (dSnC) (grupo 2), em fase de quimioterapia ou aplasia, desde dezembro de 2014 a dezembro de 2016, na unidade de Onco-Hematologia do Instituto Português de Oncologia do Porto.

Resultados: no total, foram estudados 17 pessoas com lA que reportaram 78 internamentos [mediana 4, intervalo 1 a 12], 1.122 dias de admissão [mediana de 12.5, intervalo 3 a 44] e 1.044 dias de CvC [mediana 12, intervalo de 3 a 35]. não foi encontrado nenhum risco estatisticamente significativo de infeção associada ao CvC entre os grupos de estudo [RR 0.4528, IC 95%, 0.1235-1.6605], no entanto, aquando da identificação de colonização da linha central esta reportava-se sempre ao grupo 1. Todas as hemoculturas positivas foram reportadas em períodos de neutrope-nia. Nenhuma infeção relacionada com o CvC foi identificada.

Conclusão: O estudo sugere que o dSnC pode ser uma boa escolha para a prática de enfermagem de forma a reduzir o risco de colonização do cvc e melhorar a segurança da sua manipulação em pessoas com lA submetidos a quimioterapia em altas doses.

 

Palavras – chave: Conector sem agulha; leucemia Aguda; CvC; ClABSI

 

Verifique o abstract completo aqui.

Link DOI

 

Obtenha este artigo

Pode obter este artigo gratuitamente clicando aqui.

 

Referências
  • Baskin, J. L., Pui, C. H., Reiss, U., Wilimas, J. A., Metzger, M. L., Ribeiro, R. C., & Howard, S. C. (2009). Management of occlusion and thrombosis associated with longterm indwelling central venous catheters. The Lancet, 374(9684), 159-169.
  • Centers for Disease Control and Prevention (CDC). (2011). Guidelines for the prevention of intravascular catheterrelated infections, 2011. Atlanta: CDC.
  • Chernecky, C., Zadinsky, J., Macklin, D., & Maeve, M. K. (2013). The Healthcare and Technology Synergy (HATS) framework for comparative effectiveness research as part of evidence-based practice in vascular access. Journal of the Association for Vascular Access, 18(3), 169-174.
  • Haddadin Y, Regunath H. Central Line Associated Bloodstream Infections (CLABSI). StatPearls Publishing; 2018 Jan-. Avaliable from: htpps://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK430891/
  • Hoffman, R., Benz Jr, E. J., Silberstein, L. E., Heslop, H., Anastasi, J., & Weitz, J. (2013). Hematology: basic principles and practice. Elsevier Health Sciences.
  • Joint Commission, Joint Commission Resources, Inc, & Joint Commission International. (2012). Preventing central line-associated bloodstream infections: a global challenge, a global perspective. Joint Commission Resources.
  • Levin, S. M. (2014). The first cardiac catheter. Journal of vascular surgery, 59(6), 1744-1746.
  • Martinez, J. M., Leite, L., França, D., Capela, R., Viterbo, L., Varajão, N & Santo, A. (2015). Bundle Approach to Reduce Bloodstream Infections in Neutropenic Hematologic. Acta medica portuguesa, 28(4), 474-479.
  • Martinez, J. M. F. (2017). Central-line Associated bloodstream infection rates and blood cultures collection assessment in Acute Leukemia patients: retrospective cohort study.
  • Martinez, J.M., Santo, A.E., Godinho, A., Azevedo, A., Felix, A., Chacim, S., Ramada, D., Mariz, J.M., Medeiros, R. (2018). Acute Leukemia Patients: A CLABSI Risk Special Population. Annals of Hematoogy &l Oncology, 5(2): 1192.
  • Mermel, L. A. (2011). What is the predominant source of intravascular catheter infections? Clinical Infectious Diseases, 52(2), 211-212.
  • Mollee, P., Jones, M., Stackelroth, J., Van Kuilenburg, R., Joubert, W., Faoagali, J., …& Clements, A. (2011). Catheter-associated bloodstream infection incidence and risk factors in adults with cancer: a prospective cohort study. Journal of Hospital Infection, 78(1), 26-30.
  • National Comprehensive Cancer Network. Clinical practice guidelines in oncology: prevention and treatment of cancer-related infections. (2017) NCCN Version 2.2017.
  • Nemoto, T., Kunishima, H., Shimizu, G., Hirose, M.Yamasaki, Y., Nishisako, H., …& Matsuda, T. (2015). Factors predicting the cause and prognosis of central line associated bloodstream infections. Journal of Infection and Chemotherapy, 21(2), 118-122
  • Oto, J., Nakataki, E., Hata, M., Tsunano, Y., Okuda, N.,Imanaka, H., & Nishimura, M. (2012). Comparison of bacterial contamination of blood conservation system and stopcock system arterial sampling lines used in critically ill patients. American Journal of infection control, 40(6), 530-534.
  • Römling, U., Kjelleberg, S., Normark, S., Nyman, L., Uhlin, B. E., & Åkerlund, B. (2014). Microbial biofilm formation: a need to act. Journal of internal medicine, 276(2), 98-110.