Autores:

Carla Silva; Célia Santos; Maria Alice Brito   ON 2017, 33 ; novembro 2016; On-line publication: novembro 2016

Resumo:

Introdução: O cancro colorretal constitui uma das principais causas para a confeção de uma ostomia de eliminação intestinal (Krouse et al., 2016). Em Portugal estima-se que cerca de 20 a 25 mil pessoas vivam com uma ostomia de eliminação (Cabral, 2009). Importa, assim, conhecer o perfil deste grupo populacional na fase que antecede a cirurgia devido à sua influência no período posterior à confeção da ostomia e no processo de reabilitação e adaptação da pessoa à nova condição.

Objetivo: Descrever as características sociodemográficas, clínicas e de tratamento da pessoa que vai ser submetida a ostomia de eliminação intestinal no norte de Portugal.

Material e métodos: estudo quantitativo, descritivo e transversal. Foi aplicado o formulário ”Desen-volvimento da competência de autocuidado da pessoa com ostomia de eliminação intestinal – caO–eI”, validado para a população portuguesa, a uma amostra de conveniência de 50 participantes em três hospitais do norte do país.

Resultados: a idade média dos participantes era de 61 anos, variando as idades entre os 25 e os 85 anos. Verificou-se que 88% possuíam escolaridade, embora, destes, cerca de 71% tinham frequentado apenas o primeiro ciclo. Também 60% eram do sexo masculino, 86% casados ou viviam em união de facto e 78% possuíam um familiar cuidador, sendo em 62% dos casos o cônjuge. Todos os participantes estavam a aguardar a cirurgia colorretal com provável construção de ostomia de eliminação intestinal e todos sabiam referir o diagnóstico que motivava a cirurgia, sendo que 78% tinham carcinoma do reto, 82% iriam ser submetidos a colostomia e 52% a ostomia temporária. A maioria dos participantes (82%) nunca tinha contactado com alguém com estoma, 58% participou em consulta de enfermagem de estomaterapia e em metade da amostra foi efetuada marcação do estoma.

Conclusões: O conhecimento sobre o perfil sociodemográfico, clínico e de tratamento das pessoas que serão submetidas a ostomia de eliminação intestinal, ainda na fase pré-operatória, permite ao enfermeiro identificar, antecipadamente, as mais vulneráveis a desenvolver um processo de adaptação menos ajustado, permitindo-lhe, assim, mobilizar e coordenar recursos no sentido de implementar intervenções de enfermagem que respondam às necessidades específicas deste grupo populacional.

Palavras-chave: Ostomia, colostomia, ileostomia, perfil de saúde, autocuidado.

 

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